A new portuguese poem from myself:

(photo by Mayumi Terada, "Curtain 010401a", 2001)
NUVEM
carrego uma nuvem s costas
como se dependesse de mim
permanecer no silncio
naquele silncio
que no se quer rgido
esquecendo-se do propsito de
existir e de alimentar o fogo
sossega-me ver uma casa ao
longe, adormecida no ceptro
de terra abandonada
uma casa caiada de branco, todas
as casas o so, mesmo que os olhos
roubem a realidade
e deus a ignore.
a memria verga todas as coisas,
mesmo o silencioso movimento
da no-existncia.
tudo ilusrio.
a casa abraa
a ferrugem dos corpos caiados
de gestos. os dedos movimentam-se
numa sinfonia de trevas
Jorge Vicente

(photo by Mayumi Terada, "Curtain 010401a", 2001)
NUVEM
carrego uma nuvem s costas
como se dependesse de mim
permanecer no silncio
naquele silncio
que no se quer rgido
esquecendo-se do propsito de
existir e de alimentar o fogo
sossega-me ver uma casa ao
longe, adormecida no ceptro
de terra abandonada
uma casa caiada de branco, todas
as casas o so, mesmo que os olhos
roubem a realidade
e deus a ignore.
a memria verga todas as coisas,
mesmo o silencioso movimento
da no-existncia.
tudo ilusrio.
a casa abraa
a ferrugem dos corpos caiados
de gestos. os dedos movimentam-se
numa sinfonia de trevas
Jorge Vicente